Startup: o que é e como planejar uma

Basicamente, uma startup é uma empresa jovem com um modelo de negócios repetível e escalável, em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Embora não se limite apenas a negócios digitais, uma startup necessita de inovação para não ser considerada uma empresa de modelo tradicional.

De fato, startup é um termo que está na moda e empreender virou o sonho de muita gente, tanto no Brasil quanto fora dele. Um erro comum que permeia a definição de startups é se elas são somente empresas de internet. Não necessariamente, elas só são mais frequentes na Internet porque é bem mais barato e facilmente propagável criar uma empresa on-line do que uma de agronegócio, por exemplo.

O que é uma startup?


Há bastante espaço para discussão e interpretação do significado real do que é uma startup. Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup.

Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Há ainda quem diga que a “tia do cachorro-quente” é uma startup e uma franquia de lanches é uma empresa. Se desmembrando a palavra, chegamos ao ato de iniciar algo, seria todo empreendimento um dia uma startup?

Bem, a resposta é: não! Existem algumas características que definem esse tipo de empresa que excluem negócios tradicionais. Elas são: modelo de negócio inovador, repetível e escalável e cenário de incertezas.

As características de uma startup


O que é um modelo de negócios? E um negócio escalável e repetível? O que pode ser considerado um cenário de incertezas? Esses fatores essenciais para uma startup e são tópicos recorrentes no ecossistema. No entanto, não são óbvios para quem não está familiarizado com o meio. Para não restarem dúvidas, a gente explica em detalhe:

Antes de tudo, o modelo de negócios é diferente de um plano de negócios, que foca em estratégias detalhadas para atingir metas, por exemplo. No modelo de negócios, o foco não é necessariamente no produto, mas no valor e, consequentemente, na rentabilidade. Em outras palavras, como o seu negócio soluciona a dor do cliente de forma lucrativa.

Muitas vezes, o desafio do modelo de negócios de startups é criar algo inovador: ou adaptar um modelo de negócios para uma área onde não é comumente aplicado, ou criar um modelo totalmente novo.



Esses dois fatores são super importantes para uma startup, uma vez que sem eles o negócio tem grandes chances de se tornar insustentável. Quem empreende com uma startup nunca sabe o dia de amanhã: afinal, a empresa terá capital para se manter? Essa é uma pergunta vital para esse negócio. Um produto repetível e escalável traz inúmeras vantagens, uma vez que ele promete atingir muitos clientes e gerar lucro de forma rápida!

Para um negócio ser repetível significa que ele é capaz de entregar o mesmo produto em escala potencialmente ilimitada. Dessa forma, não é viável muitas customizações ou adaptações, pois a meta é multiplicar. Já ser escalável significa crescer cada vez mais sem que isso influencie no modelo de negócios. Como resultado, um modelo de negócio repetível e escalável que tem um fit no mercado tem grandes chances de ser uma startup de sucesso. 

Startup e o empreendedorismo


Ter uma startup é uma aventura. Portanto, não é qualquer pessoa que está disposta a entrar nessa, é preciso ter o espírito empreendedor. Em pesquisa rápida pela internet, alguns termos aparecem nas definições de empreendedorismo:

  • Autonomia: esse é um dos principais motivos pelos quais as pessoas abandonam seus empregos e se tornam empreendedores. Trata-se da capacidade de assumir a responsabilidade pelas suas decisões e a independência na definição de seu sucesso.
  • Dedicação: não existe empreendedorismo sem comprometimento e determinação. Sabe aquela história de apenas 10% de inspiração de 90% de transpiração?
  • Disposição para se arriscar: não existe nenhum cenário em que o empreendedor não assuma algum tipo de risco. Muitas pessoas bem-sucedidas creditam o seu aprendizado e a sua evolução à capacidade de assumir riscos, de aprender com os erros e de perseverar a cada ocasião.

A questão é: empreender, sobretudo, significa andar pelos próprios pés e rumo a um caminho desconhecido. É ser autônomo e dedicado o suficiente para assumir um risco e bancá-lo. E isso, obviamente, dá medo, requer toda uma reestruturação de mentalidade, hábitos e costumes.

Não caia na armadilha de pensar que nomes como Elon Musk ou Larry Page não sentiram isso quando se jogaram pelo mundão, porque são sensações inerentes à consciência do homem. Surge nessas horas o instinto e cabe a todos os corajosos saberem como controlar e superá-lo, em ordem de atravessar todos os seus medos e finalmente atingir o sucesso. Por fim, um último elemento fundamental para essa definição: valor.

Note que em nenhuma parte do texto foram usadas as palavras “empresa” ou “negócios”. Isso porque não diz respeito apenas sobre os negócios. É necessário ampliar o conceito de empreendedorismo para além do negócio próprio e usá-lo como uma ferramenta que gere valor para a sociedade.

Exemplos de startups de sucesso


Algumas das maiores empresas do mundo começaram como startups, com pouquíssimo dinheiro e muito risco. Tropeçaram, erraram, adaptaram e deram a volta por cima. Hoje, algumas são consideradas os famosos “unicórnios”. Startups que passaram a valer US$ 1 bilhão (ou mais). Não é para todo mundo, não é mesmo? Conheça as histórias de algumas delas aqui:

Netflix


O Netflix é um exemplo de startup bem sucedida. Quando foi lançada, em 1997, era o auge das videolocadoras e a ideia de um delivery de DVD, que foi como ela começou, parecia insana. Três anos depois, seus fundadores tentaram vender a startup para a gigante Blockbuster: negado.

A locadora não via o potencial do negócio e preferiu permanecer com seu modelo de negócio. Alguns anos depois isso custaria caro, mas é uma história que todo mundo já sabe. De delivery, a Netflix abraçou as últimas tecnologias e apostou no streaming. Hoje a empresa vale bilhões, é referência no mundo inteiro e continua revolucionando o entretenimento televisivo e ameaçando indústrias centenárias.

Google


O Google também é outra gigante que começou no modelo de startup. O tamanho e onipresença do maior site da internet são tão inigualáveis, que é difícil de imaginar que ele um dia pôde ser chamado assim. No entanto, no começo o Google não parecia prometer muito. Na época, buscadores maiores e mais famosos, como Altavista e Yahoo, dominavam. O jogo parecia ganho, mas a empresa não se abalou, pelo contrário: ela teve um insight que as outras duas não tiveram.

O Google não tinha uma entrega de resultados superiores à dos concorrentes, mas Larry Page, seu fundador, sabia que precisava encontrar uma forma de lucrar ou então seria um negócio insustentável. Dito e feito, anos depois o Google é uma das maiores empresas do mundo, caminhando para valer US$ 1 trilhão.

Uber


Outro exemplo famoso de modelo de negócio inovador é o Uber, que descentralizou o serviço de motorista particular. A startup pôs fim à dúvida de achar um taxi (acenando na rua!) para a certeza de que em poucos minutos um carro chegará com um clique no celular. Além de solucionar essa dor, o serviço encontrou uma forma lucrativa, escalável e de baixo custo para operar. No caso, a startup alcançou sucesso mundial com uma frota de milhões de motoristas sem ter que comprar um carro sequer, só cobrando uma porcentagem sobre as viagens de motoristas comuns!

Agora que você entendeu o que é uma startup, que tal se aprofundar mais um pouco e descobrir como criar a sua? Pode ter certeza que não é fácil, mas muito menos impossível!

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