Jovem prioriza estudos a ter CNH

O jovem moderno tem muitas atitudes diferentes das outras gerações o que é, obviamente, normal em um mundo cada vez mais tecnológico e cheio de possibilidades, alguns conceitos vêm mudando ao longo dos anos. Um deles é quanto a Carteira Nacional de Habilitação, a famosa CNH.

Para muitos jovens a expectativa de chegar aos 18 anos é grande para, além de muitas outras coisas, poder emitir sua tão sonhada carteira de habilitação. Mas dados recentes dos governos de vários estados, mostram que ao longo dos anos o jovem inverteu algumas prioridades. A carteira foi uma delas.

O jovem e seu desejo de poder dirigir


Símbolo de maturidade, status e autonomia desde que chegou ao Brasil, em 1891, o automóvel vem perdendo o interesse dos mais jovens. A cada ano as montadoras tentam de tudo para deixá-los mais seguros, conectados com as tecnologias do momento e com design arrojado atraente.

Segundo estudos feitos pelas entidades do setor de trânsito sobre esse quadro, ficou claro que a crise econômica, os inconvenientes do trânsito, os custos para manter um veículo próprio e a popularização de aplicativos móveis, estão entre os principais fatores que fazem os jovens optarem por investir seu dinheiro em outra coisa ou lugar, que não um automóvel.

O estudo virou prioridade para o jovem 


Muitos jovens estão adiando o momento de tirar a habilitação, porque notaram que, mais importante que investir centenas de reais em um carteira de habilitação (em alguns casos milhares), um curso profissionalizante, por exemplo, será muito mais benéfico para ele, principalmente no cenário do mercado de trabalho.

As famílias têm optado por investir, e incentivar seus filhos, a focar nos estudos como um todo, seja desde um curso profissionalizante até os cursos universitários. Com isso, muitos acabam desistindo de tirar suas carteiras por terem outras prioridades e a CNH, para grande parte deles, pode esperar para depois. 

Segundo especialistas o jovem tem visualizado o “todo” com mais frequência, como os custos com IPVA, a manutenção, o seguro, o trânsito nas cidades, ele tem mais consciência sobre os riscos de acidentes. Somando a isso há ainda aspectos comportamentais e legais como a Lei Seca. Não tem jeito, muitos acabam optando por outras formas de se deslocar, como os aplicativos de compartilhamento.

Transporte público ainda está longe de ser ideal


Para a jovem, a falta de qualidade do transporte público motiva as pessoas a recorrerem ao carro ou à moto particular como uma solução cômoda. Quem mora em cidades do interior, por exemplo, o que representa em torno de 60% da população brasileira, não consegue acesso fácil ao transporte público.

Achar uma linha de ônibus que faça um trajeto entre sua casa e trabalho é quase impossível. Diferente da realidade das grandes cidades que, devido ao alto fluxo de passageiros, têm sempre muitas opções de locomoção, horários e destinos. Ainda assim, mesmo nos municípios do interior, também diminui o interesse dos jovens por emitir uma CNH e ter veículo próprio.

Cenário não deve mudar nos próximos anos


A Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Economia, do Ministério da Economia, informou que “vê como uma tendência para os próximos cinco anos a diminuição do interesse pela propriedade de automóveis e o aumento da procura por compartilhamento de veículos e uso de soluções alternativas, como bicicletas e patinetes”. E que, ao fim deste prazo, o assunto pode ser tema da primeira revisão do Programa Rota 2030, Mobilidade e Logística, a política industrial para o setor automotivo que entrou em vigor em dezembro do ano passado, com previsão de vigorar até 2030.

“A mudança do padrão de consumo de motoristas mais jovens não consta diretamente no texto do primeiro ciclo da política Programa Rota 2030”, acrescentou a secretaria. O órgão explicou que, pelos próximos cinco anos, os consumidores mais jovens “ainda deverão ter participação significativa no mercado dos veículos tradicionais”. A pasta também lembrou que o Rota 2030 contempla incentivos a novas tecnologias de propulsão e soluções estratégicas para a mobilidade e logística em consonância com “novos modelos de negócio”.

Dados de pesquisas nacionais sobre o jovem


Uma recente pesquisa analisou a relação das diferentes gerações com a mobilidade. Apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em novembro de 2018, o estudo contempla os resultados das entrevistas com 1.789 pessoas de 11 capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 

Apenas 39% dos entrevistados entre 26 e 35 anos possuíam carro. O percentual entre os jovens de até 25 anos era ainda menor: 23%. Entre os do primeiro grupo, 31% responderam não desejar comprar um carro nos próximos cinco anos. Percentual idêntico ao dos entrevistados com 36 a 55 anos de idade. Já entre os mais jovens (até 25 anos), 30% não tinham interesse em adquirir um veículo automotivo.

Somente 35% da geração mais nova têm habilitação para dirigir, e 8% dos que não têm CNH disseram que não pretendiam tirar o documento. O que pode ser explicado pelo fato de que saber dirigir sempre foi visto como uma habilidade capaz de ampliar as chances de conseguir um emprego.

Jovem da geração Y e geração Z


Na época, a Anfavea interpretou que os dados sugerem que, mesmo entre os mais jovens, o desejo de ter um veículo e a CNH se mantém, mas que, de fato, algumas mudanças começaram a ocorrer entre os indivíduos da chamada Geração Y (de 26 a 35 anos) e se potencializaram entre os da Geração Z (até 25 anos).

Os dois grupos são os mais propensos a usar outros tipos de transporte, como a bicicleta e os veículos compartilhados por aplicativos (que 34% de todos os entrevistados acreditam representar o futuro do carro). 

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