Dia do Trabalho: a história do dia 1º de maio

O Dia do Trabalho é uma das datas mais importantes no calendário brasileiro. Mas não é somente em terras tupiniquins que essa data é festejada. Em muitos outros países do globo o dia 1º de maio é igualmente importante. Seja em países capitalistas ou comunistas. Na extinta União Soviética, por exemplo, a data era quase “sagrada”.

Mas por que foi escolhido o dia 1º de maio para lembrar o Dia do Trabalho no mundo? A data foi escolhida em razão de uma onda de manifestações e conflitos violentos que se desencadearam a partir de uma greve geral.

Essa greve paralisou os parques industriais da cidade de Chicago (EUA), no dia 1º de maio de 1886. Para compreendermos os motivos que levaram os trabalhadores a essa greve e o porquê da escolha desse dia como marco de memória, é necessário conhecer um pouco do contexto do período.

A classe operária e as condições de trabalho


Sabemos que, durante o século XVIII, ocorreu, em solo inglês, um dos acontecimentos mais importantes da história da humanidade: a Revolução Industrial. Da Inglaterra, o processo de industrialização alastrou-se, inicialmente, pela Europa e, depois, para outros continentes, como o americano.

Uma das consequências mais notórias da Revolução Industrial foi a formação de grandes centros urbanos, fato que gerou, consequentemente, uma grande concentração de pessoas em seu entorno, sobretudo de operários, cujo trabalho nutria as indústrias.

A formação da classe operária demandou uma série de necessidades que nem sempre era efetivamente cumprida pela burguesia industrial. As horas trabalhadas eram, muitas vezes, excessivas e a relação entre empregado e empregador nem sempre era amistosa. Vale lembrar do famoso filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos (1936), que retrata um pouco das condições de trabalho, isso já no século XX.

Nesse contexto, voltando a Revolução Industrial, surgiram os sindicatos e os movimentos de trabalhadores, orientados por ideologias de esquerda, como o anarquismo (anarcossindicalismo) e o comunismo.

A história do 1º de maio de Chicago


A principal forma de ação das organizações de trabalhadores com vistas à exigência de direitos era a greve. A greve geral tornou-se um instrumento de pressão frequentemente usado. Entretanto, às greves também se juntavam outras práticas, como a ação direta, que consistia em manifestações violentas.

A greve geral de 1º de maio de 1886, em Chicago, resultou em forte repressão policial. Tal repressão estimulou ainda mais manifestações que transcorreram nos dias seguintes. No dia 04 de maio, em uma manifestação na praça Haymarket, na cidade referida, uma bomba explodiu matando sete e ferindo dezenas de pessoas, entre policiais e manifestantes.

A explosão de tal bomba provocou o revide dos policiais com tiros sobre os manifestantes. Outras dezenas de pessoas morreram na mesma praça. Esse conjunto de eventos, desencadeados a partir de 1º de maio, tornou-se símbolo para as manifestações e lutas por direitos trabalhistas nas décadas seguintes em várias partes do mundo.

O Dia do Trabalho no Brasil


No caso específico do Brasil, a menção ao dia 1º de maio começou já na década de 1890, quando a República já estava instituída e começava um processo acentuado do desenvolvimento da indústria brasileira.

Nas duas primeiras décadas do século XX, começaram a formar-se os movimentos de trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1917, a cidade de São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas.

A força que o movimento dos trabalhadores adquiriu era tamanha que, em 1924, o então presidente Arthur Bernardes acatou a sugestão que já ventilava em várias partes do mundo de reservar o dia 1º de maio como Dia do Trabalho no Brasil. Dessa forma, desde esse ano, o 1º de maio passou a ser feriado nacional.

Na época do Estado Novo varguista, a data era deliberadamente usada para eventos de autopromoção do governo, com festas para os trabalhadores e muitos discursos demagógicos. 

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